
As favelas tendem a se localizar o mais próximo possível aos locais de subsistência: o pobre urbano presta serviços à classe média e rica. Assim, na proximidade destas residências, vai surgindo a favela prestadora de qualquer tipo de serviço – lícito ou ilícito. A favela “exporta” serviços e horas de trabalho para o asfalto; recebe renda, em parte “importa” bens e serviços do asfalto, mas em função do tamanho da favela e da renda média obtida, alimenta uma cadeia de empregos e atividades na própria favela, desde a cabeleireira-manicure até o “burrinho” que transporta materiais de construção nas costas para as encostas. A criatividade das mulheres que se empregam no asfalto criou na retaguarda a mãe-crecheira, que é o simulacro popular da babá dos ricos. Com o risco de toda a simplificação, a favela é o microcosmo das macroestruturas brasileiras.
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